A selic caiu: o que fazer?

Previdência privada: saiba por onde começar
23 de fevereiro de 2017
Qual é o meu perfil de investidor? Quais os produtos recomendados?
2 de março de 2017
Previdência privada: saiba por onde começar
23 de fevereiro de 2017
Qual é o meu perfil de investidor? Quais os produtos recomendados?
2 de março de 2017

“Com a SELIC em 14,25% ao ano não preciso me preocupar em tomar riscos para ter um retorno alto sobre meus investimentos, certo?” Certo! Em Economia o nome técnico da taxa básica de juros de um país (no Brasil, a SELIC) é ‘taxa livre de risco’.

Com os juros tão altos, aplicando em títulos extremamente conservadores como Tesouro Direto, CDB, LCA e LCI o seu retorno já ultrapassa muito o retorno obtido na maioria dos países do mundo.

Mas isso não acontece por uma simples benevolência do Banco Central (BACEN), os juros aqui alcançaram esse patamar devido ao fato da inflação estar ultrapassando a casa dos 10% ao ano (10,67% em 2015).

Ou seja, o preço dos produtos que você consome estavam subindo em média 10% ao ano, e a perspectiva era de que essa alta de preços continuasse em curso caso nada fosse feito.

Tendo isso em vista os juros foram subindo rapidamente para motivar as pessoas a poupar dinheiro, reduzindo a demanda por produtos em geral para que os preços subissem mais lentamente.

Juntamente a uma série de outras políticas e a recessão da economia ao longo do ano de 2016 o processo inflacionário vem sendo contido. As projeções e os dados sobre inflação divulgados no fim de 2016 e início de 2017 mostram que já será possível fecharmos o ano de 2017 com uma inflação próxima a 5%.

Isso abre espaço para o BACEN começar e reduzir os juros, e é realmente importante que isso aconteça, pois os juros altos funcionam como um ‘freio de mão’ da economia, e levando em conta a crise vivida aqui é preciso soltar este freio o quanto antes. Ademais, os juros em 14,25% oneram muito o Governo Brasileiro, visto que as taxas do Tesouro se encontravam muito altas em comparação ao seu histórico.

Para os investidores, os juros altos assim representam o melhor dos cenários, aplicações garantidas pelo FGC, como CDB, LCA e LCI estavam remunerando taxas muito altas, juntamente do Tesouro, que apresenta risco baixíssimo também, mesmo sem contar com a garantia do FGC.

E agora, com a inflação sob controle e os juros caindo, muitos investidores estão sem saber o que fazer, preocupados em não conseguir mais remunerar seu capital da mesma forma que antes. Neste artigo vamos te ajudar a conhecer um pouco mais sobre as alternativas rentáveis em épocas de juros baixos ou em queda.

FUNDOS MULTIMERCADOS

Assim como em 2012/13 quando a SELIC bateu a sua mínima recente de 7,25% ao ano, os fundos Multimercados tendem a ser os novos ‘queridinhos’ do mercado de investimento mais uma vez.

Os fundos Multimercados possuem uma liberdade muito grande para aplicar seus recursos. Dentro dessa classe de fundos existem diversas opções com perfis mais conservadores ou agressivos. Procure saber mais sobre as melhores opções com seu assessor de investimentos.

Um ponto importante é que os retornos nesse tipo de produto não são lineares como na renda fixa, dependendo do risco do fundo que escolher é possível passar por meses com retornos negativos ou abaixo do CDI.

Escolhendo bons fundos é possível obter retornos de 115% a 120% do CDI sem precisar de comprometer muito capital e nem de abrir mão da liquidez.

COE

Certificado de Operações Estruturadas, este é o nome brasileiro das “notas estruturadas”, produto muito comum nos EUA e Europa, lugares onde historicamente as taxas de juros praticadas são muito baixas.

Este produto oferece a possibilidade de retornos mais altos que a média com o capital investido protegido caso a estratégia contratada não dê certo (na sua configuração mais comum).

A grande sacada desse tipo de aplicação é que os investidores mais conservadores podem se expor a retornos de renda variável com risco de, no pior dos casos, não ter retorno no período aplicado.

Caso a estratégia proposta dê certo é possível ter retornos que podem chegar a 140% ou mais do CDI. A recomendação para os interessados nesse produto é procurar saber das ofertas de COE’s vigentes para escolher a que mais se encaixa no seu perfil.

AÇÕES

O Ibovespa subiu aproximadamente 38% em 2016, e os analistas continuam otimistas para 2017 e os anos seguintes. A queda nos juros desencadeia uma busca por ativos de maior risco, e as ações são muitas das vezes a opção de risco favorita dos gestores dos fundos de investimento e dos grandes bancos, essa entrada de recursos eleva o nível de preços devido ao aumento da demanda pelos papéis.

Além disso, a economia estando boa o suficiente para abrir espaço para cortes nos juros também oferece às empresas listadas um ambiente de negócios mais favorável, com o crédito para investimentos mais barato e etc.. Uma opção interessante para o investidor é buscar papéis interessantes em um bate papo com seu assessor de investimentos.

É possível acompanhar uma carteira recomendada para se posicionar nos papéis que tendem a mais se beneficiar do cenário econômico atual na opinião dos analistas.

RENDA FIXA ATRELADA À INFLAÇÃO

No caso desse tipo de investimento, ele é interessante pois te garante um retorno acima da inflação. Normalmente pagam o IPCA (Índice de preços ao consumidor amplo = inflação) + uma taxa pré-fixada.

Para os preocupados em perder para a inflação com os juros baixos, este é o produto mais indicado. O Tesouro emite as NTN-B que funcionam dessa forma e é possível encontrar Debêntures e CDBs que possuem a remuneração calculada da mesma maneira.

Os juros em queda impactam a taxa paga acima da inflação, a cada corte da Selic estes títulos passam a pagar um pouco menos para as novas aplicações, mas no caso desse produto o importante é garantir o rendimento acima da inflação.

RISCO

Uma má notícia para os conservadores: caso não aceite tomar nenhum tipo de risco, acha que vai ficar incomodado com oscilações diárias dos produtos que não são de renda fixa, o jeito é aceitar que os retornos não podem mais ser os mesmos de antes e garantir o máximo de títulos pré-fixados enquanto as taxas não caem mais.

Títulos que pagam altos percentuais do CDI são interessantes também para os muito conservadores, ainda que o rendimento vá caindo junto dos cortes da SELIC, é importante tirar o máximo da taxa disponível do mercado, independente de qual seja ela.

Não é o fim do mundo, os juros se encontravam em um patamar muito alto e insustentável a longo prazo, é natural essa correção. Conte com o suporte de um assessor para te ajudar a montar uma carteira que maximize os retornos tendo em vista o cenário vigente.