Afinal de contas, o que é Crédito Privado?

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Por serem opções menos conhecidas, sobram dúvidas sobre as vantagens de alocar recursos em emissões de crédito privado. Contudo, o atual ciclo de queda da taxa de juros incentiva investidores mais experientes a procurar por investimentos dessa modalidade. Vamos entender porque são aplicações interessantes para o momento.

As empresas têm várias formas de captar recursos para financiar projetos de crescimento e aberturas de novos negócios, exemplos delas são: de empréstimos bancários ou financiamentos, emissão de novas ações na Bolsa de Valores ou investindo em crédito privado. Entre os ativos de crédito privado podemos elencar os papéis de dívida por meio de debêntures e certificados de recebíveis.

Os títulos de crédito privado são instrumentos de renda fixa.  A negociação deste título se passa entre investidores e empresas privadas que tenham a posse deste título. Essa categoria de aplicação conta com diversas particularidades a serem avaliadas como rentabilidade, isenção fiscal, prazos e riscos.

 

Algumas características importantes e isenção de IR

As rentabilidades desses títulos podem ser divididas em pré ou pós-fixada.

A modalidade pré-fixada tem taxas de remuneração definida desde o momento da emissão, uma característica estratégica para o momento atual. Enquanto no segundo modelo a rentabilidade pode estar associada a diferentes indicadores econômicos, como o CDI ou IPCA.

A empresa vai tentar conciliar a taxa oferecida à expectativa dos investidores e conjuntura econômica do país. Na prática isso se dá a partir da definição de alguns detalhes antes mesmo da emissão, tais como: periodicidade de pagamento de juros (mensais, semestrais ou anuais), tipo de amortização que será utilizado e valor mínimo de aplicação (normalmente é por volta de R$1mil).

Como estratégia de desenvolvimento de infraestrutura, o governo, por vezes promove a isenção de Imposto de Renda. Tal operação se dá através regulação especifica, permitindo que algumas debêntures emitidas com esse propósito fiquem isentas de IR para pessoas físicas. Deste modo, aumentam-se ainda mais a atratividade desse tipo de investimento. Comumente são projetos de infraestrutura atrelados aos seguintes segmentos: logística e saneamento básico, geração e transmissão de energia ou construção/reformas em portos, aeroportos, rodovias e ferrovias.

Por meio desse processo, gera-se desenvolvimento econômico nas regiões onde são contemplados os projetos, além de beneficiar o governo, empresas e investidores.

 

Rentabilidades mais altas

As instituições de menor porte, com notas de crédito mais baixas, oferecem retornos melhores aos seus investidores do que os títulos de grandes corporações. Em função do risco maior devem aumentar a atratividade de suas emissões entregando taxas mais altas. Isso resulta em condições de rentabilidade comparativamente muito superiores ao Tesouro Direto ou a poupança tradicional.

 

Ressaltando que em casos de inadimplência da empresa emissora, o investidor pode ter perda total dos recursos investidos. Por isso é extremamente relevante conciliar risco e retorno em cada aplicação a ser realizada. E considerar a diversificação com uma fonte alternativa de diluir o risco total da carteira.

 

Quais são os riscos envolvidos

Consideramos como risco de crédito o principal problema que o papel pode apresentar. Nesse caso a empresa emissora do título não honraria os compromissos com os investidores, sejam nos juros acordados ou na amortização no vencimento.

O risco de uma emissão de títulos de crédito privado é menor do que quando se compra ações dessa empresa. Isso ocorre porque na modalidade compra de título de crédito não há oscilação no valor investido diante ao mercado. Pensemos num caso: um investidor de compre debêntures de uma companhia sucroalcooleira, não correrá risco de oscilação do preço do etanol, nem do preço de suas ações na bolsa. Além disso, em casos extremos, como a falência da empresa, o detentor de debêntures tem prioridade sobre os acionistas para ressarcimentos.

A diversificação pode ser uma resposta inteligente ao grau de risco associado ao crédito privado. Um portfólio com diferentes emissores e/ou com diferentes prazos de investimento ajuda na diluição do risco geral da carteira.

As agências de rating auxiliam na tomada de decisão

Para orientar os investidores, existem agências de rating independentes, como Standard &Poor´s, Moody´s e Fitch. Estas empresas são responsáveis por analisar todos os detalhes de uma oferta. Além disso, trabalham com resultados operacionais da emissora do título, e ao final atribuem uma nota de risco à operação.

A classificação de risco de crédito não é estática, ou seja, novas informações são sempre coletadas e inseridas nos cálculos. Tal avaliação pode gerar eventuais alterações, melhorando ou piorando notas concedidas anteriormente. O desenvolvimento de metodologias e modelos estatísticos mais apurados permitiu a área evoluir muito. A avaliação eficaz dos riscos envolvidos em cada título corporativo disponível no mercado, só foi possível a partir da evolução dessas metodologias.

As agências de risco têm uma tabela própria com as classificações: concede a avaliação mais alta como AAA (triplo A) para empresas com riscos mínimos e para empresas inadimplentes considera a nota D. O intervalo entre os dois conceitos é preenchido com uma amplitude de variações. Notas entre BBB e AAA são consideradas como “Grau de investimento”, boas ou ótimas pagadoras segundo o conceito. Por outro lado, notas abaixo de BBB são normalmente consideradas como “Grau especulativo”, com alto risco de inadimplência.

Como investir?

Primeiramente defina com clareza o que você deseja ao alocar em papeis com esse perfil. Também é indispensável acompanhar as alocações de seu portfólio.  Pioras na conjuntura econômica ou no segmento em que a companhia atua podem obrigar a venda dos títulos para proteger seu patrimônio ou minimizar perdas.

Nesse sentido uma conversa com seu assessor de investimentos privado pode ser mais vantajoso do que adquirir produtos oferecidos pelo banco, onde você contaria apenas com o auxílio do gerente.

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Crédito Privado vale a pena?

Saber se este tipo de aplicação está alinhado com seus objetivos é essencial. Investidores de perfil mais conservador podem se deparar com mais dificuldade na seleção de papeis para seu portfólio pessoal, mas ainda sim devem ser avaliados como fonte de retornos interessantes. Caso a rentabilidade supere contra opções mais seguras, é justificável abandonar posicionamentos totalmente conservadores.

Assim como em outras questões sobre investimentos não há resposta definitiva se vale ou não a pena. Antes de aplicar ou desistir dessa categoria uma conversa com seu assessor de investimentos pode ajudar levantar mais detalhes e informações para sua tomada de decisão.