Qual é melhor: Ações preferencias ou ordinárias?

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Investidores brasileiros que aplicam o seu dinheiro em ações, buscam entender cada vez mais sobre como essas ações podem apresentar ganhos adicionais, como a distribuição de dividendos e os benefícios a mais que eles terão ao investir em um tipo específico de ação.

Há dois tipos de ações que o investidor pode adquirir aqui no Brasil: as ordinárias nominativas (ON) e as preferenciais nominativas(PN).

 

Ações ordinárias (ON):

São ações que dão aos investidores o poder de voto dentro da assembleia institucional.

Quem possuir 50% +1 ação ordinária passa a controlar a instituição. Podemos pegar como exemplo a Petrobrás, ela é controlada pelo governo pois o mesmo possui mais de 50% + 1 ação. Caso o governo venda essa quantia de ações para alguém, haverá um novo regulador da empresa.

Porém isso gera um problema. Como os controladores da instituição precisam, obrigatoriamente, ter 50% + 1 ação, elas não são pulverizadas no mercado, o que leva esse tipo de ação a apresentar uma baixa liquidez.

Diferentemente do que muitos pensam, esse tipo de ação também faz o pagamento de dividendos como as ações preferenciais. Todavia pode ocorrer que o valor do lucro repassado para os investidores de ON seja inferior ao pago nas ações preferencias.

Uma garantia exclusiva das ações ordinárias são o tag-along. Esse mecanismo garante aos investidores minoritários a venda das suas ações caso o controle da instituição seja passado para outra pessoa.

O valor das ações, quando ocorre o tag-along, pode variar de 80 a 100% do valor pago pelas ações do bloco controlador; dependendo do nível de governança corporativa que a instituição está inserido. Veremos mais sobre esses nível a seguir.

Curiosidade:

As ações ordinárias possuem o número 3 depois do nome da empresa, por exemplo: ITUB3 representa as ações ordinárias da banco Itaú.

 

Ações preferenciais (PN):

Esse tipo de ação é o mais requisitado e cobiçado pelos investidores, pois são mais pulverizadas no mercado que as ações ordinárias, sendo mais fácil a venda e a compra.

Quem possui esse tipo de ação está fadado a aceitar as decisões tomadas nas assembleias da empresa, tendo em vista que eles não possuem direito a voto como os investidores de ON.

Porém, os acionistas deste tipo de ação tem prioridades no recebimento dos dividendos. A parte dos lucros repassada para esses acionistas é superior a porcentagem repassada para os investidores das ações ordinárias.

Para incentivar a compra de PN, já que o investidor não possui direito ao voto, os dividendos repassados para eles são superiores aos pagos pelos portadores de ordinárias.

Curiosidade:

As ações que encontramos na bolsa com a terminação 4,5,6 são ações preferenciais. Temos como exemplo a VIVT4.

 

Curto e longo prazo do investimento:

Para aqueles que buscam ter um rendimento a curto prazo, como operando day-trade e swing trade, o mais recomendado são as ações preferenciais; tendo em vista que são mais comuns no mercado. O desejo do investidor é lucrar com a oscilação do valor da ação ao longo do dia. O fato da ação não garantir o direito do investidor de votar nas assembleias dos acionistas não impacta o valor da ação para esse tipo de trader.

Para aqueles que desejam comprar as ações afim de se tornar um verdadeiro sócio na instituição (investimento a longo prazo), devem adquirir ações semelhantes ao do controlador da instituição, ou seja, as ações ordinárias; afim de haver um alinhamento de interesses maior e a garantia do tag-along, caso haja a venda da instituição.

 

Governança Corporativa:

De forma a assegurar aos acionistas que a instituições nas quais ele está aplicando o seu dinheiro possui um bom valor econômico, uma boa qualidade de gestão e uma segurança contra possíveis abusos, criou-se a governança corporativa.

Nada mais é que um conjunto de regras e normas implantadas nas organizações com o instituto de que haja um maior alinhamento de interesses da empresa com os acionistas; fazendo com que a mesma foque mais em ter uma gestão profissional, transparente e entregue melhores resultados aos investidores.

Alguns dos princípios básicos da governança corporativa são: prestação de contas, responsabilidade corporativa, equidade e transparência. Além destes princípios há normas mais severas, o que faz com que as empresas sejam classificadas por níveis. Quanto mais regras a empresa cumpre, maior é o seu nível. O nível máximo, hoje em dia, é chamado de novo mercado; e os investidores enxergam com bons olhos instituições que possuem esse selo.

Para entrar no novo mercado, então, é preciso seguir algumas exigências como emitir apenas ações ordinárias, visando com que o controlador da empresa não consiga mandar na instituição sozinho. É extremamente comum, como já mencionado, o controlador possuir 50% +1 de ações ordinárias, fazendo com que os sócios minoritários (investidores que possuem ações ordinárias ou preferenciais) não tenham voz dentro da empresa.

Outro padrão que se deve tomar para entrar no novo mercado é a porcentagem do tag-along. Como visto anteriormente, a porcentagem paga nas ações podem varias de 80 a 100% do valor pago nas ações do controlador; porém, para as empresas se classificarem no Novo mercado, essa porcentagem obrigatoriamente precisa ser de 100%.

Afim de pertencerem ao novo mercado, os IPO’S (sigla para Initial Public Offering, em português é conhecido como Oferta pública inicial. São empresas que estão vendendo ações pela primeira vez no mercado) têm emitido apenas ações ordinárias, ficando à frente de inúmeras instituições presentes no mercado.

Para saber mais sobre as diferenças de cada nível da governança corporativa, clique aqui.

 

Conclusão:

Independentemente do tipo de ação que você escolher, as ações têm como característica o alto risco e as oscilações. Seja ao longo prazo ou a curto prazo os investidores ganham com essa alteração nos preços das mesmas.

Para operar de forma racional na bolsa de valores é necessário estar atento às mudanças e notícias do nosso país e do mundo.  Crises e mudanças no governo brasileiro, como a enfrentada recentemente, alteram muito o valor das ações. Notícias externas também possuem esse poder, como uma crise no setor imobiliário nos Estados Unidos, em 2008.

Outro fatores, como as votações norte-americanas, também podem afetar a nossa bolsa de valores. Aqueles que desejam esse tipo de investimento precisam ter em mente que, antes de ganhos poderão haver perdas.